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Brasil dá primeiro passo para implantar resolução sobre Psoríase

Publicada pela a Organização Mundial da Saúde, a resolução foi abordada em conferência sediada no Hospital Albert Einstein e debateu ações práticas e o futuro das doenças crônicas no país.

São Paulo, 05 setembro de 2014 – Com a presença de grandes nomes da medicina, o consulado da Dinamarca promoveu no Hospital Albert Einstein essa semana a conferência Innovation in Chronic Diseases (em português, Inovação em Doenças Crônicas), trazendo à tona discussões sobre psoríase e debatendo formas de implementar a resolução lançada pela Organização Mundial da Saúde, que reconhece a doença como grave e precursora de comorbidades sérias, como deformidades físicas e depressão.

O evento contou com o Ministro da Saúde da Dinamarca, Nick Hækkerup, que abordou os paralelos de seu país com o Brasil: “Temos desafios similares aos do Brasil, como doenças relacionadas à idade. Para debelar isso, a participação do Governo é crucial”, apontou.

Aprovada no final de maio pela Organização Mundial da Saúde, OMS, o grande tema do dia foi a resolução histórica para combater o estigma sofrido pelos pacientes com psoríase, doença cutânea crônica que afeta mais de 125 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, estima-se que apenas 5% dos acometidos pela doença estão em tratamento.

Mediada pelo médico dermatologista Lincoln Fabrício, uma mesa redonda composta por representantes do Ministério da Saúde, Anvisa, associações de pacientes e médicos especialistas debateu a resolução e definiu possíveis próximos passos para ações práticas no diagnóstico e tratamento da doença.

A atual presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD, Denise Steiner, apontou que uma das formas mais eficazes para lidar com a psoríase é aumentar o conhecimento e tratar o assunto de forma multidisciplinar: “A SBD está conversando com a prefeitura de São Paulo para atualizar os médicos generalistas em psoríase e integrar o sistema público sempre que possível”, afirma.

“Nossa preocupação é refletida no incentivo a tratamentos, aproximação de comunidades, associações de paciente e profissionais de saúde, aliados a políticas públicas e engajamento do Governo”, complementou Steiner.

Para médica Clarice Petramale, diretora do Ministério da Saúde, o Governo já tem em seu horizonte medidas importantes no tratamento da psoríase: “Estamos analisando entre outras possibilidades a aquisições de equipamentos, como o da fototerapia. Mas ferramentas de telemedicina, para auxiliar no diagnóstico remoto de pacientes, também estão sendo sondadas”, afirma.

As ações propostas serão levadas a Brasília, para discussão direta com o Ministério da Saúde e incluem a elaboração de consenso único sobre psoríase, programas de educação de profissionais e pacientes, campanhas unificadas e inclusão do tema em políticas públicas.

O objetivo da OMS com essa ação é promover o conhecimento da doença, melhorar o diagnóstico e o tratamento, encorajando os 194 países signatários a tomar decisões para também combater o estigma que constantemente está associado a esta doença crônica séria.